sábado, 3 de março de 2012

Crack - Combate requer conhecimento de saúde

Como profissional de saúde, pai e cidadão, não poderia me furtar de comentar um artigo publicado pelo Jornal do Brasil e que, infelizmente, retrata não só o avanço dessa droga maldita, o crack, como o despreparo para lidar com seus usuários. 

No fim do ano passado, a Presidente Dilma Rousseff lançou um programa nacional de combate ao crack e, nos próximos dias uma parceria com o governo do Estado do Rio de Janeiro e os Ministérios da Justiça e Saúde deve fixar as medidas a serem adotadas no Estado nos próximos meses, na tentativa de conter o avanço da droga que é considerada uma das mais nocivas atualmente e que seduz cada vez mais adultos e, principalmente, nossos adolescentes e crianças. Segundo os especialistas, a maior dificuldade que enfrentam para recuperar os usuários desta droga tem sido a falta de profissionais especializados e a ausência de atendimento médico adequado.

Em 2011, foram retirados cerca de 3.200 usuários de crack das ruas, através de ações da Secretaria Municipal de Assistência Social. O triste é que, deste número alarmante de dependentes, 475 são crianças ou adolescentes. E, infelizmente, as vagas para internação compulsória não passam de 94 em quatro Centros Especializados de Atendimento à Dependência Química.

O Governo Federal deve fixar as ações de seu programa intitulado "Crack: É possível vencer", ciente de que a abordagem e o tratamento são questões médicas e sociais e não apenas de segurança pública. Para tal, espera-se a criação de leitos em hospitais públicos para o atendimento necessário dos usuários e, até, a implantação de consultórios nas ruas das cidades brasileiras. 

Não podemos deixar que o acolhimento destes dependentes pareça uma perseguição policial como as que vemos com assaltantes e camelôs, por exemplo. Jogá-los em abrigos não adianta nada porque não se recupera ninguém dessa maneira. O combate da dependência do crack não é uma questão policial, mas sim de saúde.

Saúde é direito de todo cidadão, seja ele viciado ou não. Quantas famílias estão sendo destruídas pela dependência que pode ser tratada com dignidade e respeito, como uma doença, afinal, não deixa de ser. Profissionais como psicólogos, psiquiatras e assistentes sociais serão de muita utilidade no combate a esse vício. Vamos investir nas crianças para que elas retornem ao seio de suas famílias. Vamos investir no futuro antes que seja tarde.

Um abraço,
Pedro Angelo

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