sábado, 31 de março de 2012

2 de abril - Dia Mundial da Conscientização do Autismo

Hoje, trago um texto informativo sobre o autismo, que é uma disfunção pouco conhecida, pouco divulgada e, no entanto, que atinge nossas crianças bem mais do que imaginamos.

O Autismo é uma disfunção ou inadequação global do desenvolvimento que se manifesta de maneira séria. Entretanto, hoje em dia, com a interação social, as escolas em parceria com as famílias estão incluindo, socialmente, os portadores do autismo no convívio diário e dando-lhe um tratamento semelhante ao dado às crianças tidas como normais.

O autismo é incapacitante e aparece tipicamente nos três primeiros anos de vida. Acomete cerca de 20 entre cada 10 mil nascidos e é quatro vezes mais comum no sexo masculino do que no feminino. É encontrado em todo o mundo e em famílias de qualquer configuração racial, étnica e social. Não se conseguiu até agora provar qualquer causa psicológica no meio ambiente dessas crianças que possa causar a doença.

Segundo a Associação Americana de Autismo, os sintomas são causados por disfunções físicas do cérebro, verificados pela anamnese(entrevista realizada por um médico que busca relembrar todos os fatos que se relacionam com a doença e à pessoa doente, a fim de ajudar no seu diagnóstico) ou presentes no exame ou entrevista com o indivíduo. Incluem:

1. Distúrbios no ritmo de aparecimentos de habilidades físicas, sociais e lingüísticas;
2. Reações anormais às sensações. As funções ou áreas mais afetadas são: visão, audição, tato, dor, equilíbrio, olfato, gustação e maneira de manter o corpo;
3. Fala e linguagem ausentes ou atrasadas. Certas áreas específicas do pensar, presentes ou não. Ritmo imaturo da fala, restrita compreensão de ideias. Uso de palavras sem associação com o significado;
4. Relacionamento anormal com os objetivos, eventos e pessoas, respostas que não são apropriadas a adultos e crianças e objetos e brinquedos não usados de maneira devida.

Indivíduos com autismo usualmente exibem pelo menos metade das características listadas a seguir:

1. Dificuldade de relacionamento com outras pessoas;
2. Riso inapropriado;
3. Pouco ou nenhum contato visual;
4. Aparente insensibilidade à dor;
5. Preferência pela solidão; modos arredios;
6. Rotação de objetos;
7. Inapropriada fixação em objetos;
8. Perceptível hiperatividade ou extrema inatividade;
9. Ausência de resposta aos métodos normais de ensino;
10. Insistência em repetição, resistência à mudança de rotina;
11. Não tem real medo do perigo (consciência de situações que envolvam perigo);
12. Procedimento com poses bizarras (fixar objeto ficando de cócoras; colocar-se de pé numa perna só; impedir a passagem por uma porta, somente liberando-a após tocar de uma determinada maneira os alisares);
13. Ecolalia (repete palavras ou frases em lugar da linguagem normal);
14. Recusa colo ou afagos;
15. Age como se estivesse surdo;
16. Dificuldade em expressar necessidades - usa gesticular e apontar no lugar de palavras;
17. Acessos de raiva - demonstra extrema aflição sem razão aparente;
18. Irregular habilidade motora - pode não querer chutar uma bola, mas pode arrumar blocos.

Observação: É relevante salientar que nem todos os indivíduos com autismo apresentam todos estes sintomas, porém a maioria dos sintomas está presente nos primeiros anos de vida da criança. Estes variam de leve a grave e em intensidade de sintoma para sintoma. Adicionalmente, as alterações dos sintomas ocorrem em diferentes situações e são inapropriadas para sua idade. Vale salientar também que a ocorrência desses sintomas não é determinista no diagnóstico do autismo, para tal, se faz necessário acompanhamento com psicólogo ou psiquiatra.

O diagnóstico do transtorno autista é clínico e não poderá, portanto, ser feito puramente com base em testes e ou escalas de avaliação. Avaliações de ordem psicológica, fonoaudiológica e pedagógica são importantes para uma avaliação global do indivíduo. Pode, também, ocorrer a necessidade de realização de exames auditivos com a finalidade de um diagnóstico diferencial.

Outros exames devem ser considerados não para diagnóstico, mas com a finalidade de se realizar um bom tratamento. São eles: ácidos orgânicos, alergias alimentares, metais no cabelo, perfil ION, imunodeficiências, entre outros.

Conforme decretado pela ONU em Dezembro de 2007, todo dia 2 de abril é considerado o Dia Mundial da Conscientização do Autismo.

Espero ter dado uma visão do que é o autismo e ter esclarecido se não todas, algumas das dúvidas de muitos de vocês sobre essa doença. Lembrem-se de que os sintomas são bem fáceis de serem identificados. Entretanto, ter alguns deles não significa que a criança sofre dessa disfunção. Portanto, em caso de dúvida, o melhor é procurar um profissional especializado para um diagnóstico rápido e correto.

MEU ABRAÇO!
Pedro Angelo

2 comentários:

  1. Muito bom, gostei desta página e com certeza a visitarei sempre.
    Sou educadora, tenho alunos autistas e muitas das características foram por mim encontradas; se possível, fale um pouco sobre Síndrome de Asperger, Prader Willis. Xis frágil.
    Parabéns pelo trabalho.

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    1. Olá Pedro, parabéns por mais uma das muitas contribuições que tens dado às famílias. O assunto é de alta relevância para prevenção precoce dos agravos e abandono à propria sorte das crianças acometidas por esta síndrome.
      Como Enfermeira Obstetra e Parteira Domiciliar Urbana, procuramos agir o mais precocemente possível. Já no pré-natal incentivamos a relação mãe/bebê através do estimulo tátil sobre a barriga e a dedicação de algum tempo ao longo do dia para uma conversa silenciosa apresentando para ele o seu próximo ambiente social. Imediatamente após o parto é de fundamental importância que a mãe responda o chamado do bebê olhando-o olho no olho, fazendo a conexão do apaixonamento e, ao longo do pós parto tardio, mantenha o bebê junto a si no sling fazendo a transição da barriga para o mundo social. Outro fator de extrema relevância é estar atenta nos primeiros oito meses as respostas visuais do bebê ao ser chamado pelos pais.
      Sugiro ter como segmento do assunto um espaço para as mães falarem da sua relação precoce com seus bebês.
      Mais uma vez PARABÉNS! Um forte abraço.
      Marilanda Lima.

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