sexta-feira, 29 de abril de 2011

Você teria coragem de cortar esse vínculo tão precocemente?


Quem é mãe sabe: quatro meses é muito pouco para ficar em casa cuidando do seu bebê. Primeiro, porque bate aquela sensação de que ele não vai sobreviver sem a presença das mães (e nem as mães sem tê-los nos braços). Segundo porque é a fase mais linda, quando o filho começa a descobrir o mundo, atentar para cores, sons, identificando a mamãe e dando aquele sorriso banguela mais perfeito do mundo. Terceiro, e mais importante, porque todos nós sabemos que o aleitamento materno é a garantia de saúde e imunidade contra várias doenças infantis, além de ser um momento íntimo mágico e único para os dois.

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) vem atuando fortemente na defesa do aumento da licença maternidade de quatro para seis meses para todas as mães. Milhares de crianças já estão sendo beneficiadas com esta conquista, mas nem todos os empresários acreditam no benefício deste ato. Os seis primeiros meses são insubstituíveis, segundo a SBP, para o crescimento e para o desenvolvimento do bebê, para o fortalecimento do vínculo afetivo entre mãe e filho e para os benefícios que o aleitamento, em si, proporciona.

Por enquanto, os seis meses de licença só estão valendo para o funcionalismo federal e para servidoras de estados e municípios, assim mesmo, dependendo de decisão e cada governo. Por ora, os dois meses extras (além dos quatro garantidos pela constituição) são opcionais para as mulheres e empresas que podem solicitar o ressarcimento dos custos extras.

O ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva esteve com a lei nas mãos para torná-la direito inalienável para todas as mães desse País, mas isso foi deixado de lado. Leis mais “importantes” como as que negociam energia nuclear foram assinadas ao apagar das luzes de seu governo. Nossa esperança, como inauguradores de família, como pais e cidadãos está depositada na presidenta Dilma Rousseff, que antes de tudo é mulher e mãe. Que ela entenda a importância deste período de seis meses e os benefícios para os futuros cidadãos brasileiros, tais como pessoas menos sujeitas à doenças crônicas, menos bullying nas escolas por sentimentos de rejeição, famílias mais humanizadas e felizes, e um País de igualdade de direitos para com o seu futuro.

Seis meses é muito melhor! É tudo de bom! É mais saúde para as crianças e todos só têm a ganhar!

Você teria coragem de cortar esse vínculo tão precocemente?

Participe dessa campanha!

Um abraço.

Pedro Angelo.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Sociedade na contramão


Assisti a um programa no Discovery Chanel sobre vida animal. A primeira parte mostrava um grupo de leões liderado por um mais velho seguido por outros mais novos e várias leoas. Todas haviam parido uma nova geração de filhotes e ensinavam os pequeninos a sobreviver através da caça, da fuga de um predador, etc. Num dado momento um leão novo, forte e que não era do grupo desafia o chefe e, numa luta desigual, mata o mesmo cruelmente. Os machos mais novos renderam-lhe lealdade. As fêmeas entenderam que aquele seria o novo procriador.

Poderia ter parado por aí. Mas, para não deixar provas de que ele seria o todo poderoso, ele matou 3 filhotes de leão que brincavam sem nada entender, comendo dois deles. Com o focinho ainda sujo de sangue, procurou à fêmea, mãe dos filhotes e acasalou com ela. Ela, submissa, aceitou. Tão logo o ato foi consumado, ela começou a miar de forma sofrida. Segundo o narrador, ela chamava seus filhotes e, pelo visto, sentia que eles não viriam mais. Ela caminha perdida pela mata até que encontrou um deles, o que não havia sido devorado, caído, sem vida. Ela, miando e lambendo sua cria, empurrava-o quase que em desespero, tentando colocá-lo de pé, como se pedindo para que ele corresse, pulasse... E ele inerte... Depois de muito tempo, essa mãe deitou-se ao lado do seu filhote morto e o lambeu por horas e horas sofridas...

Desliguei a TV e fiquei pensando: Esse é o mundo dos animais irracionais, lei da selva, o forte superando o fraco, não existem laços afetivos embora o senso de maternidade daquela leoa tenha sido tão forte quanto o do ser humano. Esse filme me deixou um tanto triste, pensativo e, ao mesmo tempo, aliviado. Como um ser pensante, nem eu e nem os membros da minha espécie precisam desse tipo de atrocidade para provar nada.

No mesmo dia, assisto ao telejornal que, em menos de uma semana, quatro crianças recém nascidas são achadas em latas de lixo, uma ainda com o cordão umbilical por cortar. Estaremos nós andando na contramão da sociedade ou o mundo se perdeu em sua total falta de humanidade?

Desde que o bebê é concebido, ele ouve, ele sente, ele participa da vida dos seus futuros pais e do mundo onde irá viver em breve. Se ele não é desejado, se ele é molestado com palavras duras, se ele sente que não é bem vindo, ele não sabe o que é ser humano, afinal desde o útero, foi tratado como um bicho. Explica? Talvez... Mas, não justifica.

Meus amigos, nós, seres humanos, dotados de inteligência, sabemos que o que se começa com amor, tende a crescer com amor, a se fortalecer com amor e frutificar com amor. Nossas crianças devem ser amadas desde que são concebidas. O homem é fruto do meio.

Precisamos de alguma forma reverter esse quadro, pois está mais fácil achar um bebê no lixo do que uma moeda de R$ 1,00!

Um abraço,

Pedro Angelo


quarta-feira, 27 de abril de 2011

O nascimento não é um mecanismo de "fabricação" de crianças. É um processo de criação.


Infelizmente, nós estamos vivendo uma fase de consumismo, que por sua vez, leva ao materialismo, à confiança na tecnologia, à perda da individualidade, ao conforto que estabiliza e impede o indivíduo de arriscar e criar novas situações, que transformou o homem num simples "objeto" de consumo, que amortiza as consciências. Na família, poucos filhos, o divórcio. Liberdade sexual que se seguiu à anticoncepção. Todos esses fatores influem de forma direta ou indireta sobre o nascimento, tornando-o mais um objeto de consumo, com prazo determinado, preço estipulado e total frieza do ato. Somos seres humanos, lutamos contra a poluição, o degelo, a camada de ozônio, a extinção dos animais e não nos preocupamos com as nossas crias... Precisamos voltar a ser humanos, no verdadeiro sentido da palavra, principalmente, na hora mais sublime da mulher: o parto.

Humanizar o parto é respeitar e criar condições para que todas as dimensões do ser humano sejam atendidas: espirituais, psicológicas, biológicas e sociais. E, cada ser tem suas características próprias, sua individualidade que jamais poderá ser encontrada em outro indivíduo.

Humanizar é assistir com carinho e respeito à mãe e a criança. Há de se passar confiança entre a parturiente e a pessoa que assiste o parto. A futura mãe tende a relaxar quando confia plenamente na pessoa que a está assistindo e o parto então acontece com mais facilidade. A confiança e a compreensão podem substituir o medo. A emoção negativa causada pelo medo é substituída pela emoção positiva e pelo entusiasmo favoráveis ao esforço concentrado com o objetivo de concretizar e completar em toda a simplicidade fisiológica a mais bela das aventuras humanas.

A futura mãe se enche de coragem, bravura em face do perigo. Corajosa consegue com o auxilio do médico afastar todos os seus medos. Medo da dor. Medo da criança não ser perfeita. Medo de não ter leite suficiente para amamentar. Medo de não ter capacidade para criar seu filho. Medo de morrer... E tantos outros medos.

Nesta dimensão se inclui o preparo físico da mulher durante a gestação. Em geral o pré-natal oferece essa possibilidade nas ações que desenvolve. Verificação da pressão arterial, controle do peso corpóreo, desenvolvimento do feto, exames laboratoriais e de ultra-sonografia. A mãe deve receber esclarecimentos e conhecimentos que irão beneficiá-la como: noções de anatomia e fisiologia, desenvolvimento do feto, cuidados durante a gestação, parto, puerpério, aleitamento materno e cuidados com o recém-nascido. Às vezes o espaço de nove meses se torna insuficiente para assimilar todos os conhecimentos necessários, principalmente quando ela está esperando seu primeiro filho.

Esse é o meu objetivo como “inauguradores de famílias” ao propor uma humanização do parto. É criar a empatia da relação médico com paciente. É estabelecer confiança e dialogar de forma simples para que não restem dúvidas sobre o momento mais lindo na vida de uma mulher: a maternidade. E, no pós parto continuar cuidando do neném, acompanhando seu desenvolvimento e o da família. Afinal, é na família que tudo começa e tudo termina.

Um Abraço,

Pedro Angelo