sábado, 17 de março de 2012

Ministério da Saúde cria leitos para tratamento do Crack

Tecnicamente falando, o Crack é uma droga, geralmente fumada, feita a partir da mistura de pasta de cocaína com bicarbonato de sódio. É uma forma impura de cocaína e não um subproduto. O nome deriva do verbo "to crack", que, em inglês, significa quebrar, devido aos pequenos estalidos produzidos pelos cristais (as pedras) ao serem queimados, como se estes se quebrassem.
A fumaça produzida pela queima da pedra de crack chega ao sistema nervoso central em dez segundos, devido ao fato de a área de absorção pulmonar ser grande e seu efeito dura de 3 a 10 minutos, com efeito de euforia mais forte do que o da cocaína, após o que produz muita depressão, o que leva o usuário a usar novamente para compensar o mal-estar, provocando intensa dependência. Não raro o usuário tem alucinações e paranoia (ilusões de perseguição).  As chances de recuperação dessa doença, que muitos especialistas chamam de "doença adquirida" são das mais baixas que se conhece dentre todas as drogas que causam dependência.
Recentemente foi criado o projeto “Crack, é possível vencer” pelo Ministério da Saúde, que vai disponibilizar mais 3.508 novos leitos em enfermarias especializadas para os usuários dessa e de outras drogas no país. Ao todo serão investidos R$ 670 milhões .
Agora, estados e municípios devem aderir às ações contra o avanço do crack e seu tratamento e reabilitação. Para vencer esta batalha será preciso uma rede estruturada, conforme previsto no novo programa. Dentro dessas opções, as enfermarias especializadas são uma importante ferramenta no tratamento aos pacientes nos casos mais graves. Os leitos em enfermarias especializadas devem ser implantados em hospitais gerais que atendem pelo Sistema Único de Saúde, dando acesso para todos aqueles que não têm condições financeiras de financiar um tratamento que, infelizmente, requer tempo e muito dinheiro.
Já abordei esse tema, anteriormente, e volto a ele tendo em vista que o índice de criminalidade vem crescendo em progressão geométrica ao contrário do número de leitos e de programas públicos para o combate ao vício. Logo, esse tema muito me preocupa e lhe digo a razão: 
Como médico, considero esse número de leitos um avanço no tratamento do vício, mesmo não sendo o ideal se contarmos que é o que está sendo disponibilizado para todo o país. Já como cidadão, eu não posso deixar de questionar a origem de um vício tão perigoso e, quase sempre, sem retorno. Como uma pessoa entra nesse buraco sem fundo que é o vício do crack e de outras drogas? E por quê? 
Como defensor da família, das relações interpessoais, eu acredito que os valores que hoje são passados às nossas crianças e nossos jovens são valores invertidos. O TER deu lugar ao SER. Falta TEMPO de CONVIVER. Não existem momentos familiares onde à troca de experiências de vida, o contato, o carinho e a sinergia estejam presentes. Até mesmo nas escolas o assunto não é abordado com conhecimento científico e com a preocupação de um retorno em forma de estudos e estatísticas para se saber o alcance do entendimento de nossos jovens.
Meus amigos, nós precisamos cuidar mais das raízes de nossas famílias para que os frutos sejam viçosos. Precisamos voltar a SER para termos uma sociedade mais saudável de corpo e mente, onde não exista espaço para o vício se infiltrar e apoderar de nossas futuras gerações.
MEU ABRAÇO!
Pedro Angelo

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