terça-feira, 22 de maio de 2012

O que faz uma criança feliz?

A Sociedade Brasileira de Pediatria e o Instituto Datafolha ouviram 1.525 crianças brasileiras de 4 a 10 anos, de todas as classes econômicas, em 131 municípios e teve como objetivo conhecer mais profundamente os desejos e necessidades dos pacientes pediátricos, para que seu médico pudesse, cada vez melhor, orientar as famílias nas consultas. As crianças responderam uma questão aberta: “O que você mais gosta de fazer quando não está na escola?” e, além disso, foram propostas 26 situações, manifestassem seu estado de alegria ou tristeza frente a cada uma dessas situações. Todas as crianças responderam na presença do responsável, após sua autorização. Os resultados foram surpreendentes para um mundo que vive o “virtual” e não o físico. Se não, vejamos: 

O que sentem? Do que gostam? 
O que deixa a criança “muito alegre” e “alegre” é o dia do seu aniversário (96% das respostas), praticar esporte (94%), brincar com os amigos (92%), as férias escolares (91%), assistir TV (90%). A situação na qual se sente “muito triste” e “triste” (71%) é ficar longe da família. Mas independente da natureza, os primeiros lugares ficaram com jogar bola (33%), brincar de boneca/boneco (28%) e assistir TV (26%). Andar de bicicleta veio a seguir, com 19%. O pega-pega ficou 17%. Empataram, com 14 % das preferências, o esconde-esconde, brincar de carrinho e vídeo game. Na sequência estão as atividades brincar de casinha (10%) e no computador (9%). Apareceram também soltar pipa e desenhar/pintar (6%), pular corda (5%), brincar de corrida, com brinquedos (sem especificar qual), animal de estimação e estudar (4%). 

Diante esse resultado a Sociedade Brasileira de Pediatria sugeriu algumas dicas para as famílias: 

. O principal é o carinho. O que faz a criança feliz não é o brinquedo, mas sim brincar, conviver com a família e amigos. As crianças não são consumistas, mas, se puderem, consumirão toda a atenção, contato físico, aconchego e carinho. 

. O núcleo familiar proporciona sensações alegres e prazerosas. Fica clara a grande importância dada pelas crianças ao convívio - tão decisivo para o seu desenvolvimento emocional e cognitivo -, não apenas com a família nuclear, mas também a “estendida”. 87% dos entrevistados se definiram como “alegres” ou muito alegres” quando estão com os avós, na mesa com a família e quando pensam na mãe. 83% se dizem também “alegres” ou “muito alegres” quando brincam com os irmãos e 78% quando pensam nos pais. A família é o princípio, meio e fim de toda a história de vida de um ser humano. 

. Criança gosta de estar com criança. Até por isso fica tão feliz no aniversário. 47% dos entrevistados informaram que ficam “tristes” ou “muito tristes” quando brincam sozinhos. A convivência deve ser incentivada. Ninguém vive sozinho em sociedade e é de pequeno que se incutem, nas crianças, os conceitos básicos de viver em comunidade, respeitando o espaço do próximo para que o seu seja respeitado, etc. 

. As brincadeiras tradicionais trazem mais alegria. Apesar da forte presença da TV e dos eletrônicos em geral (o computador é importante principalmente entre os mais velhos), ainda existe o Brasil das brincadeiras tradicionais e essas ainda trazem mais alegria do que as propostas mais atuais de diversão/lazer. É importante incentivá-las. Brincadeiras de rua, apesar das limitações impostas pela violência urbana, e mesmo que não praticadas, estão em primeiro lugar no desejo das crianças. A TV, o computador e os jogos eletrônicos são buscados por falta de opção, ou quando estão sós. Entretanto, quando lhes é oferecida uma alternativa, como a prática esportiva, por exemplo, um novo mundo se descortina e uma gama de infinitas opções se abre. 

Como membro efetivo da Sociedade Brasileira de Pediatria, só venho ratificar tudo o que aqui foi dito, porque é essa a minha vivência não só no consultório, como inaugurador e mantenedor da saúde de famílias, mas na minha vida como pai. Fica claro que nossas crianças são saudáveis quando estão com a família, os amigos e que não precisam de brinquedos sofisticados. Que as brincadeiras mais simples são as mais valiosas. Nossas crianças precisam que sua imaginação seja estimulada e que os pais, irmãos, amigos, familiares e professores ajudem-nas a criar e a não temer o erro. Nem sempre acertamos tudo, mas o importante e o que nos impele para o progresso é tentar. Essa criatividade desenvolve a confiança e si própria, além dos significados de sociedade, de respeitar, de ganhar e perder e a terem confiança em si bem como no mundo que as cerca. Afinal, quando ela consegue sonhar e se imaginar num futuro, ela está confiante de que esse futuro não é algo parecido com um bicho papão, mas que será a chave do seu sucesso. Essas crianças não terão medo de assumir seus atos. Essas crianças confiantes de hoje serão os adultos bem sucedidos de amanhã. Se eles não confiarem em si próprios, quem os fará? Sendo assim, só posso dizer: O futuro é bem vindo!

Meu abraço,
Pedro Angelo 

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Correlação entre alergia alimentar e respiratória

Atendendo ao pedido de nossa amiga Katia Mercaldo vamos falar sobre a correlação entre alergia alimentar e respiratória. 

A alergia é uma reação de hipersensibilidade a uma substância geralmente inofensiva. Há uma série de substâncias, chamadas de alérgenos, que podem incomodar seu filho. Dentre os alérgenos comuns encontram-se pólen, pêlo de animal, pó caseiro, penas, ácaros, substâncias químicas e vários alimentos. Algumas alergias causam principalmente sintomas respiratórios; outras podem gerar sintomas diversos como dor de cabeça, fadiga, febre, diarreia, dor de barriga e vômito. Este item trata das alergias respiratórias, tanto crônicas quanto sazonais.

A criança com uma alergia respiratória pode ter nariz entupido e/ou coriza, espirros, coceira na pele e nos olhos e/ou olhos vermelhos, lacrimejantes. É desnecessário dizer que isso pode ser muito desconfortável. Se o problema é sazonal ou crônico depende do alérgeno em questão. As alergias sazonais tendem a ser causadas por pólen; portanto, os sintomas recorrem mais ou menos na mesma época todos os anos, geralmente na época de floração da planta agressora. A febre de feno é um exemplo de alergia sazonal. A febre de feno da primavera na maioria das vezes decorre do pólen da grama e das árvores, ao passo que a febre de feno no final do verão e início de outono é geralmente causada pela sensibilidade ao pólen de ambrosia-americana e mofo.

As alergias permanentes ou crônicas são geralmente causadas por fatores presentes no ambiente o ano todo, como pêlo de animal, poeira ou penas. A rinite alérgica é uma inflamação crônica da membrana mucosa que reveste as vias nasais, causada por uma reação alérgica. É caracterizada por nariz entupido, coriza, espirros frequentes e uma tendência a respirar pela boca. Os olhos da criança podem ficar vermelhos e lacrimejantes. Dor de cabeça, coceira, rinorragia (perda de sangue pelo nariz) e fadiga podem ser complicações secundárias. Círculos escuros embaixo dos olhos (chamados de "olheiras alérgicas"), além de um rosto inchado, são frequentes. Os bebês com rinite crônica são muitas vezes alérgicos a alimentos, na maioria das vezes a leite de vaca. As crianças mais velhas com coriza constante muitas vezes reagem a lã, mofo, penas, poeira, pêlo animal e/ou pólen. Contudo, em alguns casos, a coriza constante talvez não seja resultado de uma reação alérgica, e deve ser diferenciada de uma doença subjacente mais séria, como sinusite crônica. Essa tarefa é melhor desempenhada por um profissional de saúde. 

Sejam os sintomas sazonais ou crônicos, há muitas vezes uma história de alergias na família; muitas vezes, o pai ou o avô de uma pessoa alérgica também era alérgico. Na presença de um alérgeno, o sistema imunológico da criança libera histaminas e sustâncias químicas semelhantes para combater o que considera um agente invasor. Essas substâncias químicas causam uma série de reações, inclusive inchaço, congestão das vias nasais e maior produção de muco. É basicamente uma reação hipersensível ou excessivamente ativa do corpo da criança ao estímulo externo. A criança em crescimento torna-se mais capaz de combater infecções com o amadurecimento do seu sistema imunológico e pode também superar as alergias. 

 As alergias também podem contribuir para a ocorrência de outros problemas de saúde crônicos, como acne, asma, enurese (falta de controle de micção), infecções de ouvido crônicas, eczema, irritabilidade e até mesmo dificuldade de concentração. As reações alérgicas podem ocorrer imediatamente após a exposição à substância agressora ou podem demorar dias para aparecer. Uma reação alérgica retardada pode dificultar a detecção do alérgeno.

Os laticínios, por exemplo, podem espessar o muco e estimular o aumento da produção de muco. Se as alergias do seu filho forem sazonais, talvez seja útil evitar também trigo integral durante a estação em que ocorre alergia, pois muitas crianças são sensíveis a esse alimento. A criança com alergias respiratórias também pode ser alérgica a determinados alimentos. Além dos laticínios e trigo, os agressores comuns incluem ovos, chocolate, nozes, frutos do mar, frutas e sucos cítricos. Experimente eliminar um desses alimentos durante algumas semanas e veja se há uma melhora. Adote uma dieta de eliminação ou rodízio alimentar para descobrir alergias alimentares. Ou mantenha um registro diário dos sintomas do seu filho e dos alimentos ingeridos.

Estimule seu filho a beber muita água para liquefazer as secreções e facilitar a expectoração. Elimine gorduras cozidas e óleos. Quando o corpo do seu filho está sob qualquer tipo de estresse, inclusive o estresse de uma reação alérgica, o sistema digestivo não está tão forte quanto o costume, e as gorduras - difíceis de digerir até mesmo nas melhores épocas - podem sobrecarregar ainda mais o sistema digestivo. Da mesma forma, as gorduras não digeridas contribuem para a produção de muco e promovem um ambiente interno tóxico.


OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: Essa é uma correlação entre alergias respiratória e alimentar. Dizer o que fazer sem um exame apurado é inadequado. Portanto, procure o seu médico e faça os exames necessários para um diagnóstico preciso e, consequentemente, um tratamento correto.


Meu abraço,

Pedro Angelo

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Ser mãe e ser Avó


Ser mãe é uma confusão. São tantas as emoções, sentimentos que é difícil de compreender. Ser avó é ser solução. Tudo de uma simplicidade ímpar. Ser mãe é passar, praticamente, os 9 meses vendo a barriga crescer enquanto planeja um mundo novo e sem problemas. Ser avó é imaginar que o neném virá coroar o mundo perfeito de uma vida de realizações. 

Ser mãe é viver um dia após o outro, um choro após o outro, uma fralda após a outra, um susto após o outro, um cochilo após o outro. Ser avó é ter disposição de sobra para todos os choros, todas as fraldas, não se assustar com nada porque já passou por todas as angústias de ser mãe. Ser mãe é sentir um orgulho danado quando dizem que é a cara da mãe. Ser avó é se deliciar em ver que, realmente, puxou todos os traços da família e dizer com orgulho que é a cara da avó quando bebê, mesmo que só tenha de parecido o dedinho mínimo tortinho do pé direito!. 

Ser mãe é isso. Uma fortaleza sem saber a noção de sua força. Ser avó é ser a fraqueza que contrabalança, pois o tempo é curto... Ser mão é descobrir uma nova mulher na mesma mãe todos os dias. Ser avó e ser várias mães em uma só mulher. Ser mãe é temer e chorar baixinho pensando sobre o mundo que seu filho herdará. Ser avó é penitenciar-se e ao mesmo tempo ter fé na vida e fé no que virá. Ser mãe é achar tudo maravilhoso! É prestar atenção enquanto seu filho descobre o mundo. É ter dúvidas se interfere ou se incentiva, pois tudo é novo e é ela que engatinha. Ser avó é aplaudir o acerto e consolar o erro, afinal, quantas vezes já caiu e levantou!. 

Ser mãe é perder não só a vaidade. É perder o sono, é não se olhar no espelho, é aprender a viver com olheiras, estrias, seios fartos e quem sabe caídos. Ser avó é achar que a maternidade é a fase mais linda da mulher porque o tempo passa para todos e que não se vive de aparências, mas do que se é no interior. Ser mãe é ser varias mulheres em uma só, desdobrar-se com 10 olhos e mil braços. Ser avó é ter a sapiência do “tudo ao seu tempo”, já que a pressa é inimiga da perfeição. 

Ser mãe é conseguir tudo ao mesmo tempo: cuidar da casa, dar de mamar, levar a escola, deixar andar por suas próprias pernas, entender cada tipo de choro, é pensar com medo na morte e com esperança na vida, é segurar as rebordosas, é não sentir dores no corpo apesar do cansaço, é discutir com o pediatra e acreditar no remédio da avó, ouvir os instintos. Ser avó é ser tudo isso pela segunda vez e sem reclamar, com o sorriso no rosto enrugado! 

Ser mãe é olhar para aquele serzinho e pedir a Deus que o abençoe por todos os dias da sua vida. Ser avó é saber que Deus atende! Ser mãe é ser filha e neta. É ter laços que jamais se cortarão apesar de, um dia, saber que todos voam e seguem seu caminho. Ser mãe é estar completa. Ser avó é ser completa. Ser mãe é seguir sempre em frente, confiante. Ser avó é olhar para trás e só ter a agradecer a confiança que a vida lhe depositou. 

Ser mãe... Ser avó... É ser, sempre e para sempre, anjos de Deus! 

Feliz dia das mães! 

Pedro Angelo