quarta-feira, 27 de abril de 2011

O nascimento não é um mecanismo de "fabricação" de crianças. É um processo de criação.


Infelizmente, nós estamos vivendo uma fase de consumismo, que por sua vez, leva ao materialismo, à confiança na tecnologia, à perda da individualidade, ao conforto que estabiliza e impede o indivíduo de arriscar e criar novas situações, que transformou o homem num simples "objeto" de consumo, que amortiza as consciências. Na família, poucos filhos, o divórcio. Liberdade sexual que se seguiu à anticoncepção. Todos esses fatores influem de forma direta ou indireta sobre o nascimento, tornando-o mais um objeto de consumo, com prazo determinado, preço estipulado e total frieza do ato. Somos seres humanos, lutamos contra a poluição, o degelo, a camada de ozônio, a extinção dos animais e não nos preocupamos com as nossas crias... Precisamos voltar a ser humanos, no verdadeiro sentido da palavra, principalmente, na hora mais sublime da mulher: o parto.

Humanizar o parto é respeitar e criar condições para que todas as dimensões do ser humano sejam atendidas: espirituais, psicológicas, biológicas e sociais. E, cada ser tem suas características próprias, sua individualidade que jamais poderá ser encontrada em outro indivíduo.

Humanizar é assistir com carinho e respeito à mãe e a criança. Há de se passar confiança entre a parturiente e a pessoa que assiste o parto. A futura mãe tende a relaxar quando confia plenamente na pessoa que a está assistindo e o parto então acontece com mais facilidade. A confiança e a compreensão podem substituir o medo. A emoção negativa causada pelo medo é substituída pela emoção positiva e pelo entusiasmo favoráveis ao esforço concentrado com o objetivo de concretizar e completar em toda a simplicidade fisiológica a mais bela das aventuras humanas.

A futura mãe se enche de coragem, bravura em face do perigo. Corajosa consegue com o auxilio do médico afastar todos os seus medos. Medo da dor. Medo da criança não ser perfeita. Medo de não ter leite suficiente para amamentar. Medo de não ter capacidade para criar seu filho. Medo de morrer... E tantos outros medos.

Nesta dimensão se inclui o preparo físico da mulher durante a gestação. Em geral o pré-natal oferece essa possibilidade nas ações que desenvolve. Verificação da pressão arterial, controle do peso corpóreo, desenvolvimento do feto, exames laboratoriais e de ultra-sonografia. A mãe deve receber esclarecimentos e conhecimentos que irão beneficiá-la como: noções de anatomia e fisiologia, desenvolvimento do feto, cuidados durante a gestação, parto, puerpério, aleitamento materno e cuidados com o recém-nascido. Às vezes o espaço de nove meses se torna insuficiente para assimilar todos os conhecimentos necessários, principalmente quando ela está esperando seu primeiro filho.

Esse é o meu objetivo como “inauguradores de famílias” ao propor uma humanização do parto. É criar a empatia da relação médico com paciente. É estabelecer confiança e dialogar de forma simples para que não restem dúvidas sobre o momento mais lindo na vida de uma mulher: a maternidade. E, no pós parto continuar cuidando do neném, acompanhando seu desenvolvimento e o da família. Afinal, é na família que tudo começa e tudo termina.

Um Abraço,

Pedro Angelo

2 comentários:

  1. Ser mãe realmente deve ser algo muito gratificante, grandioso e lindo!!! Além dos medos que acompanham este momento. Ainda não sou mãe, não sei se meu tempo biológico permitirá, mas lendo suas palavras, qualquer mãe estaria segura.

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  2. Guardo com carinho a lembrança da alegria da minha filha quando viu vc entrar no quarto poucos minutos depois do nascimento do João Gabriel. Naquele dia tudo tinha sido perfeito... o apoio do Rodrigo, a presteza da Marilanda (adoro)e só faltava mesmo vc... Agradeço muito a Deus ter conhecido vcs 3. Isso fez enorme diferença na qualidade de vida dos meus netos.
    Parabéns pelo blog.
    Márcia (mãe da Mariana)

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